terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Vão
2 Falso; oco. sm
3 Espaço desocupado.
4 Vácuo.
5 2007.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
E isso não tem nada a ver com sonhos, visões, paixão... Por favor, nem ache que tem alguma coisa a ver com paixão! Decidi isso hoje porque já venho cativando há séculos um carinho, uma admiração... Talvez por alguma infamidade que tenhas soltado ou simplesmente por carência da minha parte.
Ah! Hoje gosto e pronto.
E dependendo dos seus afagos continuarei gostando durante o resto do dia (talvez isso possa se estender até a noite); e na manhã seguinte, quem sabe?
Com um pouco de sorte chegaremos ao final da semana.
Mas caso seus olhares fiquem ausentes, graças a uma displicência qualquer, degosto de você.
E serei a mulher mais desiludida do mundo.
Mas amanhã...?
Amanhã acordarei gostando de...
hum...
Deixe-me ver...
Não espere de mim
Nada mais que a paixão
Não espere nada de mais
Do meu coração
Que bate, rebate e grita
Geme, chora e se agita
Sambando nas cordas bambas
De uma viola vadia, vadia
Não espere encontrar numa canção
Nada além de um sonho
Nada além de uma ilusão
Talvez quem sabe
A verdade
A infinita vontade
De arrancar
De dentro da noite
A barra clara do dia
"Mais que a paixão" - Egberto Gismonti
sábado, 17 de novembro de 2007
Fausto
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Teatro
Continuação da série:
Ensaio na rede - Casa de Gustavo.
Março/2006
Observem toda a graça e leveza de Marina caindo da rede!
Pura elegância.
domingo, 14 de outubro de 2007
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Amizade
E eu teimo, esperneio, fecho a cara, bebo mais, falo mal dos seus tomates, digo que não, oras, por favor...
e Ela, já com as sobrancelhas mais altas e os olhos mais piedosos, diz: desiluda-se.
de um 12 de outubro
Um suspiro de sufoco.
"Não, o motorista não deveria parar aqui...
Eu preciso terminar de ler esse conto. Mas é melhor ficar atenta as pedras..." (essa paixão alienada, estampada em seus rostos, os faz urrar, bater, morrer!)
Troncos para fora do ônibus, e dezenas de sombras "surfam" com experiência; se enraivecem pela falta de "animação" (e de pedras) dos seguidores da Torcida.
O menino do lado me explicava eduacadamente (e com timidez) que
"não, não foi clássico. [...] É bom tomar cuidado que pode ter pedra nessa área. [...] Na verdade são dois bairros que não se dão muito bem, mas são do mesmo time."
Uma parada vazia, um suspiro de alívio.
A senhora da frente (quarenta anos, talvez) fechava o vidro, e logo em seguida levava a mão à testa, desacreditada no que estava presenciando. Ela estava em pânico, eu sabia. Eu sabia porque também estava em pânico. Mas tentava disfarçar fazendo ar de indiferença... minha testa sempre entrega essas pequenas dissimulações.
"J de jovem, O, organização, o V é de vida, o E de emoção!, no final tem M que é moral...!!!!!!"
Agora só faltam duas! Duas e eu fico mais longe deles!
"Aqui o ônibus pára sim." Era bonzinho, o menino do lado.
Finalmente desci. De fato, eram dezenas de sombras, mais até do que eu havia imaginado; completamente desesperados por um pouco de emoção. Cheguei a acreditar que ao descerem, apedrejariam sem dó o transporte que até então lhes fora tão útil. Apedrejariam todos - sendo ou não: da mesma camisa; do mesmo bairro; da mesma idade; do mesmo planeta...
Apedrejariam.
Só estaria realmente segura quando abrisse o portão...Não, quando entrasse em casa... Quando se trancasse no quarto!
Quando terminasse aquele conto.
"[...] Ela não os olhou porque sua cara ficou voltada com serenidade para o nada. Mas pela pressa com que a magoaram soube que eles tinham mais medo que ela. Tão assustados que já não estavam mais ali. [...]"
Trechos "Preciosidade" - Clarice Lispector
terça-feira, 9 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Acaso
Nos davamos bem...Devia ser porque ele era libriano.
É mesmo, ele era libriano...
Quando era o aniversário dele mesmo?!
4 de outubro!
E hoje é que dia...?
4...
...de outubro."
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
à A.
Don't worry, ela resolve!
Tinha olhos de retórica, prontos para ferir, tanto um acanhado quanto um efusivo “discordo”; ora com piedade ora com desprezo, ambos completamente declarados. Nunca ligou muito para críticas; pelo menos nunca aparentou. Se desgostava o desprezo era certo. Caso gostasse apelidava e até retribuía sorrisos. Infelizmente com o tempo os sorrisos ficaram meticulosos e os apelidos viraram nomes e sobrenomes, ditos até com um pouco de ironia.
Em momento algum cheguei a desacreditar em seus bons sentimentos. Sofria, e bastante. Mais por si do que pelo resto, é verdade, mas nem por isso deixava de sofrer. Do resto ela tendia ao abandono sempre que havia uma oportunidade, porém dificilmente conseguia se desprender de seus antigos patrimônios por completo. Normalmente voltava para visitas casuais, assim como quem não quer nada, nem querendo estar ali, sabe...? Sempre estava. Se fazia presente; natais e aniversários, então...
Metamorfose-ou-se inúmeras vezes querendo não ser mais reconhecida.
Criava planos de fuga (in)falíveis! Finalmente conseguiu o que tanto queria: mudar.
E mudou(-se) tanto que hoje é dúvida aos mais próximos...
A . tinha aquele sorriso extravagante dependendo do sarcasmo e, muito provavelmente, da vítima da piada. Não a julgava por isso...Não, não a julgava.
Assim ela se fazia bonita; acredite, ela fazia-o bem.
Por vezes terminava se rendendo aos cosméticos rejuvenecedores, mas sem grandes exageros, claro.
[...]
A . tinha mãos reticentes...
sábado, 29 de setembro de 2007
E depois
que cria o tempo
se desvanecem.
...(Só fica
o deserto)
O coração
fonte do desejo
se desvanece.
...(Só fica
o deserto)
A ilusão da aurora
e os beijos
se desvanecem.
Só fica
o deserto.
Um ondulado
deserto.
Federico García Lorca
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Segundo o médico a doença se atrubuía a sérias palpitações que tive anos antes; naquela época meu coração havia batido o que corresponderia por dez anos da vida de um humano normal. Desde então, ele não conseguia alcançar níveis muito acelerados de palpitações, e provavelmente não conseguiria pelos próximos dez anos.
"Minha querida, não perca seu tempo tentando reavivar tal órgão, pois por ora seria inútil."
Alarmada com a revelação, comecei a fazer um filme em minha cabeça e constatei que todas as vezes que ousei me apaixonar nos últimos tempos, ouvi apenas um ou dois batimentos mais acelerados, meio suspiro e nenhum, digo Nenhum tremer de pernas. A princípio havia acreditado ser apenas uma fase...Mas nunca imaginei ser puramente cardiológico o meu caso.
Ao sair da clínica, um tanto perplexa, confesso, porém muito mais tranquila; fui me encaminhando à cidade em passos rápidos, tão rápidos que quando notei já tinha atravessado a Agamenon à passos que acabaria com o fôlego do melhor dos atletas e, sem dúvida mataria o pior dos fumantes. Chegando do outro lado já tinha a respiração ofegante...e o coração?! Maldito coração! De nada havia adiantado, pois ele já voltara ao normal em pouquíssimos segundos.
Não me dei por vencida! Logo comecei a praticar os esportes mais radicais, a correr os maiores riscos...Não tinha jeito! Ele estava tão quieto no seu canto que nem um passeio nos Coelhos em pleno sábado à noite adiantou de muita coisa.
Enfim me conformei.
Hoje convivo até bem com minhas quase inexistentes palpitações; só não gosto de comentar sobre esse causo por aí, afinal quem vai achar normal uma mulher que dificilmente é despertada por um bater mais afoito do seu coração, ou até mesmo incapaz de um suspirar mais profundo e de uns trimiliques de vez em quando...?!
[...]
Daqui a dez anos a gente conversa...
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Diretamente da pizzeria do senado...
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conseguiu evitar a perda do seu mandato de senador nesta quarta-feira (12). O relatório que pedia sua cassação foi rejeitado pelo plenário da Casa por 40 votos pela absolvição, 35 pela cassação e 6 abstenções. Eram necessários 41 votos para que ele fosse cassado.
Renan Calheiros era acusado de pagar despesas pessoais com recursos do
lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior.
No Conselho de Ética, Renan não conseguiu provar que o dinheiro utilizado para o pagamento de pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, que teve uma filha com o senador, tem origem em negócios agropecuários.
A Polícia Federal (PF) encontrou contradições nos documentos da defesa. O órgão disciplinar do Senado aprovou parecer, cujo texto afirma que Renan mentiu ao Congresso na sua justificativa de renda.
Renan ainda sofre outros dois processos no Conselho de Ética.
A minha pode ser de quatro queijos com borda de catupiry?!
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Do egocentrismo
Como todas as outras, Evas.
Como: todas as outras Evas.
Como todas as outras, Eva(s)?
Como? Todas as outras Eva(s)?
Como?! Todas as outras, Eva(s)!
quarta-feira, 25 de julho de 2007
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Adriana Falcão
Todo caso de amor tem um grande e um pequeno. Alguém um dia falou, em francês, que em todo caso de amor il y a toujours qui aime et qui se laisse aimer. É mais ou menos a mesma coisa. O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não determinam. O grande pode ser o mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é o mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso.
Como ninguém descobriu, até hoje, uma regra que permita determinar qual é o grande e qual é o pequeno, só observando o casal mais atentamente.
Na rua, o que anda distraído quase sempre é o grande. Quase sempre, no cinema, o grande só decide comprar pipoca depois que os dois já estão acomodados nas poltronas. O pequeno, então, fica esperando, vigiando, tomando conta para o filme não começar antes de o grande voltar, o que, por algum motivo, seria uma tragédia.
Numa festa, o pequeno deve estar ansioso para que a noite seja boa, principalmente se foi ele que sugeriu o programa. O grande se comportará de maneira indiferente até se embriagar pela música, pela bebida ou pelo ambiente, quando então ficará muito mais animado do que o pequeno. Mesmo que o pequeno dance bem, o grande sempre dançará melhor. O pequeno evita o silêncio porque tem certeza de que a culpa é dele, por isso sempre tem arquivados na cabeça assuntos que possam ser úteis em todas as ocasiões. A calça nova do pequeno dificilmente lhe cai tão bem quanto a do grande, assim como o cabelo do grande está sempre melhor que o do pequeno, ainda que a festa inteira pense exatamente o contrário. O pequeno geralmente se comove com a lua calado, enquanto o grande aponta, olha só a lua. No final da festa é sempre o pequeno que quer ir embora, reservando o melhor da sua alegria para o resto da noite, enquanto o grande se despede dos amigos displicentemente.
Mais tarde, o pequeno é macho, é gueixa, é desgraçado, é exclusivo e, se o coração do grande por acaso ouvir seus gritos, que sorte. No dia seguinte, o pequeno estará inevitavelmente preocupado: será que fiz tudo certo? Acho que eu não devia ter dito aquilo. Por que toda vez sou eu que beijo primeiro? Na dúvida, vai correndo procurar o grande, apesar de ter prometido que nunca mais faria isso.
O grande e o pequeno podem ser de qualquer espécie, inclusive bichos, com exceção dos gatos, que são todos grandes.
Não necessariamente formam um casal. Não é só nas histórias de amor que existem grandes e pequenos. Havendo mais de um, um par qualquer, dois adversários, dois irmãos, dois amigos, sempre haverá o que quer mais e o que quer menos, o fascinante e o fascinado, o generoso e o pedinte.
Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, a qualquer momento, por alguma razão, geralmente à noite, imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um acaso, um cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.
Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna automaticamente o grande ainda menor. O ex-pequeno, logo que é promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se seu sofrimento tiver boa memória. Aí, coitado do novo pequeno, vai se arrepender de cada não beijo, cada não telefonema, cada não noite de insônia, cada não desespero, cada não entusiasmo, cada não carinho inesperado, indispensável, inevitável, imprescindível, cada não todas as palavras apaixonadas em qualquer língua do mundo. Ele vai se surpreender com a reviravolta, no começo, mas vai se conformar com sua nova condição de pequeno em seguida. E então vai seguir, cuidadoso e desastrado, na quase inútil intenção de conquistar o grande urgentemente.
domingo, 1 de julho de 2007
sexta-feira, 15 de junho de 2007
-Primeiro dia e a mulher já foi pra cama comigo, achei nada a ver, se ela quisesse alguma coisa comigo de verdade, não faria isso.
-É, é mesmo um absurdo. Eu já fiz isso, mas hoje pra dá pro cara eu tenho que conhecer bem...
-Não, não faça isso não! (com tom de conselho e desaprovação)
Um viva ao (falso) moralismo!
terça-feira, 5 de junho de 2007
Dogville
Como passei o domingo em casa, resolvi alugar uns filmes pra diminuir o tédio e o vício de internet. Assisti alguns, mas sem dúvida o que mais me chamou a atenção foi "Dogville". Simples e estarrecedor. O filme, que aparentemente é tedioso, te leva a todos os tipos de emoção em poucos minutos: raiva, compaixão, angústia, tristeza...A falta de cenário é preenchida com atuações marcantes; a narração, em vez de transforma-lo em sacal, torna-se indispensável à proposta do filme, deixando os diálogos mais curtos e densos. Se for pra citar cada detalhe que me tirou o sono na madrugada que se seguiu, provavelmente não vou sair daqui hoje.
Não há mais o que ser dito, apenas visto.
Então, veja.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Bobagens de Junho
Deve ser porque todo ano ele chega sorrateiro, assim como quem não quer nada, e de repente vai embora num piscar de olhos, fechando mais um (ciclo de vida) semestre e me fazendo esperar (ansiosa?) pelo próximo Junho.
Um mês singular. Teoricamente frio, mas pra mim: absurdamente quente.
Hoje ele ainda é de fogueiras, de fogos, de milho, de finais, de parabéns, de repensar e planejar. Antigamente era ir comprar traque de massa na barraquinha da praça, colocada ali especialmente para o são joão; era comer canjica, milho verde e pamonha; era ver minha avó fazer aquela panela monstruosa de canjica e sair dividindo com os vizinhos; era sair correndo quando o vizinho soltava o "vulcão", mas ficar olhando da janela da sala morrendo de vontade de fazer também; era ter que fechar todas as portas e janelas por causa da fumaça; era preparar tudo para aquela comemoração do finalzinho de Junho; era uma espera ansiosa para ver o meu pai batendo na minha porta (mas esse só chegava no outro mês); era de ter mais certeza ainda que matemática nunca fora meu forte; era...?
Era.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
segunda-feira, 21 de maio de 2007
De Leminski
O QUE PASSOU, PASSOU?
Antigamente, se morria
1907, digamos, aquilo sim
é que era morrer.
Morria gente todo dia,
e morria com muito prazer,
já que todo mundo sabia
que o Juízo, afinal, viria,
e todo mundo ia renascer.
Morria-se praticamente de tudo.
De doença, de parto, de tosse.
E ainda se morria de amor,
como se amar morte fosse.
Pra morrer, bastava um susto,
um lenço no vento, um suspiro e pronto,
lá se ia nosso defunto
para a terra dos pés juntos.
Dia de anos, casamento, batizado,
morrer era um tipo de festa,
uma das coisas da vida,
como ser ou não ser convidado.
O escândalo era de praxe.
Mas os danos eram pequenos.
Descansou. Partiu. Deus o tenha.
Sempre alguém tinha uma frase
que deixava aquilo mais ou menos.
Tinha coisas que matavam na certa.
Pepino com leite, vento encanado,
praga de velha e amor mal curado.
Tinha coisas que têm que morrer,
tinha coisas que têm que matar.
A honra, a terra e o sangue
mandou muita gente praquele lugar.
Que mais podia um velho fazer,
nos idos de 1916,
a não ser pegar pneumonia,
e virar fotografia?
Ninguém vivia pra sempre.
Afinal, a vida é um upa.
Não deu pra ir mais além.
Quem mandou não ser devoto
de Santo Inácio de Acapulco,
Menino Jesus de Praga?
O diabo anda solto.
Aqui se faz, aqui se paga.
Almoçou e fez a barba,
tomou banho e foi no vento.
Agora, vamos ao testamento.
Hoje, a morte está difícil.
Tem recursos, tem asilos, tem remédios.
Agora, a morte tem limites.
E, em caso de necessidade,
a ciência da eternidade
inventou a criônica.
Hoje, sim, pessoal, a vida é crônica.
domingo, 20 de maio de 2007
Teatro Mágico
A primeira vez que eu ouvi falar desses jovens clowns foi por uma matéria no Jornal Hoje. Confesso que no começo da entrevista achei que era uma prospota nova de alguma coisa nova, e no final da matéria eu ia saber exatamente do que se tratava. .. Eis o problema. A entrevista acabou e eu fiquei sem saber qual seria a proposta desse grupo circense tão inovador. Pra não criar pré-conceitos, eu resolvi pesquisar a respeito; Entrei no site oficial, mas esse não esclareceu nada. Abandonei as pesquisar virtuais e comecei a procurar saber por amigos e conhecidos, mas só encontrei fãs histéricos que assim como eu, não sabem bem explicar do que se trata o tão falado "Teatro Mágico"; E quando já cansada de procurar, achei por acaso uma entrevista com o vocalista, entre outros assuntos ele fala das influências musicais do grupo:
"Temos como referência o grupo Secos & Molhados, Mutantes, Antônio Carlos Nóbrega, O Cordel do Fogo Encantado, Lenine, Tom Zé, Nação Zumbi... De alguma forma, a musicalidade de Pernambuco nos influencia. Mas misturamos tudo. Reggae, hip hop, temo violino guitarra, flauta. Queremos misturar tudo no palco."
Eu não tenho absolutamente nada contra misturar circo, teatro, música, literatura, poesia; Mas qual o real fundamento disso? Na mesma entrevista o vocalista cita que ninguém do grupo tinha experiência com teatro, até que fizeram uma oficina com os Doutores da alegria onde aprenderam a cantar, dançar e fazer malabares. Vou hoje para praça do Arsenal, não só para rever meus conceitos sobre eles, mas para ver as tantas outras atrações circenses, que infelizmente não foram tão divulgadas; Eu aposto que essas têm um significado muito maior, em vez de simplesmente querer juntar adolescentes usando narizes de palhaço.
Manuel Bandeira
Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.
sábado, 19 de maio de 2007
Cotidiano
-Ah Eva, vai lá, vai! To cansado demais.
-Claro, painho, eu entendo. Afinal, ser extravagante e disposto é demais, né?
-Claro! Onipotência, é?!