domingo, 2 de março de 2008

Dois de Março

Nas datas comemorativas acontece uma coisa estranha com os mortais, parece que a ficha cai e eles notam a real importância das pessoas que os rodeiam. Isso é bem frequente nos aniversários (ou, em casos mais extremos, nas fatalidades). Então todos lembram, sentem saudade, querem encontrar e ainda saem lambuzando o aniversariante com todo o amor e o carinho que, desconfio, deve ter ficado guardado durante um ano inteiro, esperando um “dia especial” para poder se rebelar...! (Eles são realmente estranhos!)
Não duvido que sejam sentimentos verdadeiros, pelo contrário. Mas é aí que está o problema! Não deveria existir um dia em especial para declarar seu afeto por alguém; não, isso deveria ser um exercício constante! (Com moderação para não banalizar!) Mas nós deveríamos ser mais presentes... mesmo com as ausências, mesmo nos dias que é impossível achar disposição pro mundo e para chatice humana...
Então apertamos o botão que infla o ego e viramos todas as atenções para os nossos respectivos umbigos; e esquecemos. Esquecemos com uma facilidade impressionante...
Não é por mal, sabemos que não.


Eu, mais uma na ala dos mortais que não aprenderam a se fazer presente na vida do outros e ainda conseguir viver a minha, não evolui ao ponto de deixar de lado essas convenções de datas... Ao mesmo tempo, para começo da evolução, me recuso a encontrar contigo num dois de março a tarde para falar meia dúzia de besteiras, tomar uma cerveja e voltar pra casa com a sensação de dever cumprido. “Pronto, dividi meu tempo com alguém num dia especial para essa pessoa... Agora eu posso voltar pro meu umbigo!”
Não! Fujamos disso!
A preferência é que seja como todos os outros dias banais das nossas vidas; com sala da casa da avó, com risadas, doces e implicâncias.
Porque para mim isso vale mais que um simples “parabéns, jade”.

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