terça-feira, 4 de agosto de 2009

Coração Amarelo

De tanto andar uma região
que não figurava nos livros
acostumei-me às terras tenazes
em que ninguém me perguntava
se me agradavam as alfaces
ou se preferia a menta
que devoravam os elefantes.
E de tanto não responder
tenho o coração amarelo.

Pablo Neruda




Acho que já atrofiei.

2 comentários:

  1. Elis.

    Venho tentando achar algum sentido na chamada Poética Moderna. Por enquanto, não estou achando nada; apenas alguns versos engraçadinhos como o passarinho-passarão do Mário Quintana e o

    "Desenterraram de dentro do capinzal

    Um braço de rio.

    Já estava com cheiro"

    do improvável Manoel de Barros.

    O pobre pablito poema, aqui transcrito, é uma elegia à pretensa incomunicabilidade humana: o poeta nada responde porque acha que todas as perguntas são incompreensíveis. Mas por que então nos "encher o saco" com essas lamúrias? Parece que há aí uma questão econômica: queixar-se ao psicanalista custa dinheiro; suicidar-se parece perigoso; mas iluminar o mundo com trevas paga algumas contas...

    Donde se conclui que o poeta entendeu pelo menos 1 pergunta e achou pelo menos 1 resposta.

    Será que errei em algum ponto, nessa argumentação? Onde, por favor?

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  2. imaginei de um ponto individualista de auto crítica, na verdade

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