segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Teatro
Continuação da série:
Ensaio na rede - Casa de Gustavo.
Março/2006
Observem toda a graça e leveza de Marina caindo da rede!
Pura elegância.
domingo, 14 de outubro de 2007
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Amizade
e Ela me diz: desiluda-se.
E eu teimo, esperneio, fecho a cara, bebo mais, falo mal dos seus tomates, digo que não, oras, por favor...
e Ela, já com as sobrancelhas mais altas e os olhos mais piedosos, diz: desiluda-se.
E eu teimo, esperneio, fecho a cara, bebo mais, falo mal dos seus tomates, digo que não, oras, por favor...
e Ela, já com as sobrancelhas mais altas e os olhos mais piedosos, diz: desiluda-se.
de um 12 de outubro
"[...] quatro mãos que a tocaram tão inesperadamente que ela fez a coisa mais certa que poderia ter feito no mundo dos movimentos: ficou paralisada. Eles, cujo papel predeterminado apenas o de passar junto do escuro de seu medo, e então o primeiro dos sete mistérios cairia; eles que representariam apenas o horizonte de um só passo aproximado, eles não compreenderam a função que tinham e, com a individualidade dos que têm medo, haviam atacado. [...]"
Um suspiro de sufoco.
"Não, o motorista não deveria parar aqui...
Eu preciso terminar de ler esse conto. Mas é melhor ficar atenta as pedras..." (essa paixão alienada, estampada em seus rostos, os faz urrar, bater, morrer!)
Troncos para fora do ônibus, e dezenas de sombras "surfam" com experiência; se enraivecem pela falta de "animação" (e de pedras) dos seguidores da Torcida.
O menino do lado me explicava eduacadamente (e com timidez) que
"não, não foi clássico. [...] É bom tomar cuidado que pode ter pedra nessa área. [...] Na verdade são dois bairros que não se dão muito bem, mas são do mesmo time."
Uma parada vazia, um suspiro de alívio.
A senhora da frente (quarenta anos, talvez) fechava o vidro, e logo em seguida levava a mão à testa, desacreditada no que estava presenciando. Ela estava em pânico, eu sabia. Eu sabia porque também estava em pânico. Mas tentava disfarçar fazendo ar de indiferença... minha testa sempre entrega essas pequenas dissimulações.
"J de jovem, O, organização, o V é de vida, o E de emoção!, no final tem M que é moral...!!!!!!"
Agora só faltam duas! Duas e eu fico mais longe deles!
"Aqui o ônibus pára sim." Era bonzinho, o menino do lado.
Finalmente desci. De fato, eram dezenas de sombras, mais até do que eu havia imaginado; completamente desesperados por um pouco de emoção. Cheguei a acreditar que ao descerem, apedrejariam sem dó o transporte que até então lhes fora tão útil. Apedrejariam todos - sendo ou não: da mesma camisa; do mesmo bairro; da mesma idade; do mesmo planeta...
Apedrejariam.
Só estaria realmente segura quando abrisse o portão...Não, quando entrasse em casa... Quando se trancasse no quarto!
Quando terminasse aquele conto.
"[...] Ela não os olhou porque sua cara ficou voltada com serenidade para o nada. Mas pela pressa com que a magoaram soube que eles tinham mais medo que ela. Tão assustados que já não estavam mais ali. [...]"
Trechos "Preciosidade" - Clarice Lispector
Um suspiro de sufoco.
"Não, o motorista não deveria parar aqui...
Eu preciso terminar de ler esse conto. Mas é melhor ficar atenta as pedras..." (essa paixão alienada, estampada em seus rostos, os faz urrar, bater, morrer!)
Troncos para fora do ônibus, e dezenas de sombras "surfam" com experiência; se enraivecem pela falta de "animação" (e de pedras) dos seguidores da Torcida.
O menino do lado me explicava eduacadamente (e com timidez) que
"não, não foi clássico. [...] É bom tomar cuidado que pode ter pedra nessa área. [...] Na verdade são dois bairros que não se dão muito bem, mas são do mesmo time."
Uma parada vazia, um suspiro de alívio.
A senhora da frente (quarenta anos, talvez) fechava o vidro, e logo em seguida levava a mão à testa, desacreditada no que estava presenciando. Ela estava em pânico, eu sabia. Eu sabia porque também estava em pânico. Mas tentava disfarçar fazendo ar de indiferença... minha testa sempre entrega essas pequenas dissimulações.
"J de jovem, O, organização, o V é de vida, o E de emoção!, no final tem M que é moral...!!!!!!"
Agora só faltam duas! Duas e eu fico mais longe deles!
"Aqui o ônibus pára sim." Era bonzinho, o menino do lado.
Finalmente desci. De fato, eram dezenas de sombras, mais até do que eu havia imaginado; completamente desesperados por um pouco de emoção. Cheguei a acreditar que ao descerem, apedrejariam sem dó o transporte que até então lhes fora tão útil. Apedrejariam todos - sendo ou não: da mesma camisa; do mesmo bairro; da mesma idade; do mesmo planeta...
Apedrejariam.
Só estaria realmente segura quando abrisse o portão...Não, quando entrasse em casa... Quando se trancasse no quarto!
Quando terminasse aquele conto.
"[...] Ela não os olhou porque sua cara ficou voltada com serenidade para o nada. Mas pela pressa com que a magoaram soube que eles tinham mais medo que ela. Tão assustados que já não estavam mais ali. [...]"
Trechos "Preciosidade" - Clarice Lispector
terça-feira, 9 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Acaso
"Ele sempre me chamava de menino pequeno, e sempre tinha dinheiro para o picolé no fim da tarde.
Nos davamos bem...Devia ser porque ele era libriano.
É mesmo, ele era libriano...
Quando era o aniversário dele mesmo?!
4 de outubro!
E hoje é que dia...?
4...
...de outubro."
Nos davamos bem...Devia ser porque ele era libriano.
É mesmo, ele era libriano...
Quando era o aniversário dele mesmo?!
4 de outubro!
E hoje é que dia...?
4...
...de outubro."
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
à A.
A . tinha mãos atentas; e o dedo médio praticamente do mesmo tamanho do anelar, que eram fundamentais na sua arte de “resolver” tudo. Era tão prática... Sabia como ninguém qual seria o melhor roteiro: passeio turístico ou aventura em ilhas desconhecidas? Pizzaria em família ou Mc donald's no carro?!
Don't worry, ela resolve!
Tinha olhos de retórica, prontos para ferir, tanto um acanhado quanto um efusivo “discordo”; ora com piedade ora com desprezo, ambos completamente declarados. Nunca ligou muito para críticas; pelo menos nunca aparentou. Se desgostava o desprezo era certo. Caso gostasse apelidava e até retribuía sorrisos. Infelizmente com o tempo os sorrisos ficaram meticulosos e os apelidos viraram nomes e sobrenomes, ditos até com um pouco de ironia.
Em momento algum cheguei a desacreditar em seus bons sentimentos. Sofria, e bastante. Mais por si do que pelo resto, é verdade, mas nem por isso deixava de sofrer. Do resto ela tendia ao abandono sempre que havia uma oportunidade, porém dificilmente conseguia se desprender de seus antigos patrimônios por completo. Normalmente voltava para visitas casuais, assim como quem não quer nada, nem querendo estar ali, sabe...? Sempre estava. Se fazia presente; natais e aniversários, então...
Metamorfose-ou-se inúmeras vezes querendo não ser mais reconhecida.
Criava planos de fuga (in)falíveis! Finalmente conseguiu o que tanto queria: mudar.
E mudou(-se) tanto que hoje é dúvida aos mais próximos...
A . tinha aquele sorriso extravagante dependendo do sarcasmo e, muito provavelmente, da vítima da piada. Não a julgava por isso...Não, não a julgava.
Assim ela se fazia bonita; acredite, ela fazia-o bem.
Por vezes terminava se rendendo aos cosméticos rejuvenecedores, mas sem grandes exageros, claro.
[...]
A . tinha mãos reticentes...
Don't worry, ela resolve!
Tinha olhos de retórica, prontos para ferir, tanto um acanhado quanto um efusivo “discordo”; ora com piedade ora com desprezo, ambos completamente declarados. Nunca ligou muito para críticas; pelo menos nunca aparentou. Se desgostava o desprezo era certo. Caso gostasse apelidava e até retribuía sorrisos. Infelizmente com o tempo os sorrisos ficaram meticulosos e os apelidos viraram nomes e sobrenomes, ditos até com um pouco de ironia.
Em momento algum cheguei a desacreditar em seus bons sentimentos. Sofria, e bastante. Mais por si do que pelo resto, é verdade, mas nem por isso deixava de sofrer. Do resto ela tendia ao abandono sempre que havia uma oportunidade, porém dificilmente conseguia se desprender de seus antigos patrimônios por completo. Normalmente voltava para visitas casuais, assim como quem não quer nada, nem querendo estar ali, sabe...? Sempre estava. Se fazia presente; natais e aniversários, então...
Metamorfose-ou-se inúmeras vezes querendo não ser mais reconhecida.
Criava planos de fuga (in)falíveis! Finalmente conseguiu o que tanto queria: mudar.
E mudou(-se) tanto que hoje é dúvida aos mais próximos...
A . tinha aquele sorriso extravagante dependendo do sarcasmo e, muito provavelmente, da vítima da piada. Não a julgava por isso...Não, não a julgava.
Assim ela se fazia bonita; acredite, ela fazia-o bem.
Por vezes terminava se rendendo aos cosméticos rejuvenecedores, mas sem grandes exageros, claro.
[...]
A . tinha mãos reticentes...
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