sexta-feira, 29 de agosto de 2008

"[...] - Escuta. Eu estava habituada somente a transcender. Esperança pra mim era adiamento. Eu nunca havia deixado minha alma livre, e me havia organizado depressa em pessoa porque é arriscado demais perder-se a forma. Mas vejo agora o que na verdade me acontecia: eu tinha tão pouca fé que havia inventado apenas o futuro, eu acreditava tão pouco no que existe que adiava a atualidade para uma promessa e para um futuro.
Mas descubro que não é sequer necessário ter esperança. [...]"




A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector

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